Bradesco é condenado a indenizar consumidor por desconto de dívida já quitada
Um consumidor realizou acordo administrativo com o Banco Bradesco para parcelamento de sua fatura de cartão de crédito e, em setembro de 2023, antecipou a quitação do débito, no entanto, em outubro, percebeu que as prestações continuaram sendo descontadas de sua conta-corrente.
Em que pese o consumidor tenha realizado reclamações para a gerente, para a ouvidoria, por e-mail e tenha realizado reclamações no site “Reclame Aqui” não houve solução administrativa, razão pela qual ingressou com uma ação indenizatória requerendo a devolução em dobro dos valores descontados e o cancelamento do débito.
Para comprovar as suas alegações, o consumidor apresentou o comprovante de pagamento de R$ 5.060,90 referente ao saldo integral do parcelamento, extratos bancários, faturas de cartão de crédito, áudios nos quais a gerente do banco atestava a quitação da dívida, e-mails e a captura de tela do site “Reclame Aqui”.
Por sua vez, o banco defendeu que a cobrança era devida, discorreu genericamente sobre outros temas e fatos que não eram objeto do processo, não impugnou os documentos apresentados pelo autor e não apresentou qualquer prova que pudesse colocar em dúvida as alegações do consumidor ou que pudessem afastar o seu direito.
Na sentença, o magistrado destacou as provas apresentadas pelo consumidor, observou a que a defesa do banco foi genérica e desacompanhada de qualquer prova, fundamentou que o art. 42 do CDC estipula que no caso de desconto indevido, o consumidor tem o direito de ser indenizado em quantia equivalente ao dobro do valor debitado.
Com base em tais fundamentos, o banco foi condenado a devolver as quantias descontadas em dobro, também houve recurso e a sentença foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Aaté a data da sentença haviam sido descontadas indevidamente dez parcelas de R$ 806,21 (oitocentos e seis reais e vinte e um centavos).
Atenção correntistas:
O desconto de dívida já quitada é uma prática abusiva e gera ao consumidor o direito à devolução em dobro dos valores pagos e, em alguns casos, quando o desconto é realizado diretamente de beneficío previdenciário, de salário ou havendo prova de abalo psicológico, há possibilidade do recebimento de indenização por danos morais.
Em situações semelhantes, o consumidor deve guardar o comprovante de quitação, realizar reclamações via telefone, e-mail e aplicativos de mensagens, guardar os protocolos e arquivar as capturas de tela, também é recomendável a reclamação ao PROCON e, se não houver solução, o consumidor deve procurar um advogado.
Processo nº 50052021920238212001.
Fonte: JusBrasil
Consulte sempre um advogado!!
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